quarta-feira, maio 03, 2006

A festa de encerramento do Indie,

ao contrário do que muitos parecem não ter percebido, era uma festa conceptual. O objectivo passava por entender a relação da audiência com o ruído. No fundo, interessava descobrir o tempo que cada indivíduo demora a abandonar um espaço físico inundado por sons reflectidos de tal modo que se tornam irreconhecíveis. A escolha do espaço, um convento transformado em casa de correcção para indivíduos do sexo masculino, não foi, de modo algum, inocente. No entanto, parece-me que os objectivos da festa não terão sido atingidos devido a um gravíssimo erro da organização. A venda de bebidas alcoólicas no local inquinou, claramente, a experiência. Toldados pelo whisky/vodka, indivíduos houve que aguentaram 'estóicamente' até às sete da manhã. Isto, claro está, sem terem percebido que a gravação que passou durante cerca de oito horas se resumia aos vinte e quatro segundos que dura o refrão do clássico da música portuguesa, "Como o macaco gosta de banana", de José Cid (magnifíca a performance, enquanto actores, dos Bullet versão reduzida, do Nuno Galopim e dos Lisbon After Midnight - bolas, parecia mesmo que estavam a passar música).

3 comentários:

Anónimo disse...

LOOOL
boa ideia n ter ido!

João M disse...

mas, o que teve mais piada, foi a burocracia.
fila para entrar (adoro quando os seguranças levam o trabalho a sério), fila para pagar (até uma certa hora dizem), fila para comprar senhas (os barmans não devem saber fazer trocos), etc.

carlos paulo disse...

João, desculpa mas é preciso ter cuidado com o que se diz. Os barmans e suas versões femininas estavam apenas encarregues de servir as bebidas - e fizeram-no com mestria. Já as meninas (acho que eram só meninas, sabe-se lá porquê...)que vendiam senhas é que não eram nada despachadas, para ser meigo.

(acabo de saber que se fizeram testes à porta para comprovar se este ou aquele indivíduo já tinha, de facto, estado na festa - os 'fulanos' alegavam que o carimbo tinha desaparecido com a água. Foram colocadas questões tão singulares como: e então, o que é que está pendurado no tecto? Esta foi, sem margem para dúvidas, uma festa conceptual. Já quanto à resposta aproveito para dizer: "balões a menos para que se pudesse ouvir a música")

o testamento acima deve-se à minha bebedeira. sem mais, obrigado.