quinta-feira, março 16, 2006

lupa

No âmbito da política de defesa do consumidor e da prevenção do sobreendividamento das famílias, o Governo quer que os bancos exibam mais explicitamente as taxas de juro dos créditos.

Em causa está a Taxa Anual Efectiva Global (TAEG), que é a que mais directamente representa os custos que os consumidores terão com um crédito contraído. Apesar de revelarem a taxa de juro, os bancos nem sempre exibem de forma clara esta TAEG, o que, muitas vezes, «confunde» os clientes, que acabam por contrair empréstimos que, mais tarde, não conseguem pagar.


Mais uma ilustração do ditado "uma no cravo, outra na ferradura", desta vez, feita por mim. Se na posta abaixo critico as instituições, agora critico os clientes.

A TAEG "confunde" os clientes? Já sabemos que é preciso uma lupa para descortinar o que está escrito nas letras pequenas nos anúncios a créditos. Na rádio, temos de abrandar a velocidade do texto dito no final do anúncio, situação que, aliás, pode originar 'sketches' engraçados, uma vez que tudo pode ser dito naqueles 5 segundos (tenho a certeza de já ter ouvido coisas do arco da velha mas não tenho provas) . Mas daí a confundir vai uma longa distância. A mesma que vai desde o pensar em pedir um empréstimo e assinar o contrato. É o problema da 'sociedade da informação' - é tudo muito rápido, não há distanciamento, não há análise...tadinhos. Tudo serve como desculpa.

Vá, repita comigo: o descascador de batatas eléctrico com temporizador/ a frigideira anti-aderente com termómetro e alarme sonoro/ o kit home-cinema com leitor de dvd - doze formatos - 17 colunas e meia + subwoffer wireless que estava em exposição no El Corte Ingles/Forum Almada/ Loures Shopping/ Amoreiras/ MediaMarkt não vai fazer de mim uma pessoa menos infeliz/ menos desinteressante/ mais sexualmente entusiasmante e por isso talvez não valha a pena pedir um crédito de 148 meses para o/a adquirir (riscar o que não se aplica).

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