(...) estamos perante aquilo que poderá ser a resposta mais política a esta ideia de encontros, já que nos é apresentado um encontro que não se deu. Os dois criadores não conseguiram criar uma plataforma de entendimento, deixando-se levar pelas diferenças que os opunham. Está no modo como resolvem isso em palco a justificação para a reflexão profunda sobre este tipo de iniciativas.
(sobre Miguel Pereira) Se no princípio cativa pelo enunciar de uma abordagem crítica à proposta, depressa parece ceder ao gozo do público, insistindo no inglês macarrónico, na piada fácil e, sobretudo, na criação de uma imagem negativa de Karima, figura que até aí ainda não vimos, mas que se apresenta como o pior dos seres. Pereira não resiste a passar-se por vítima perante o espírito conflituoso da criadora egípcia, libertando-se de qualquer responsabilidade pelo falhanço do encontro.
Quando Karima entra e começa a falar em egípcio a sala gela. Percebe-se rapidamente que não vamos assistir à outra metade da história, mas a um trabalho sério sobre o falhanço. Karima exerce um poder magnético intenso pela sua extraordinária beleza, mas mais ainda pela inteligência com que lida com o exercício de Miguel Pereira.
No fundo, a pequenez do português versus a grandeza da egípcia, Karima. O "trabalho" de Miguel Pereira foi uma absoluta vergonha.
terça-feira, junho 20, 2006
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